Drauzio Varella escreve para a folha de São Paulo aos sábados na Ilustrada. Neste sábado ele falou sobre Inteligência e pobreza. Ele apresenta diversos trabalhos que demonstram que infecções parasitárias e QI trilham caminhos opostos. Confira:
Em 2005, N. Broder levantou a hipótese de que a inteligência, assim como outros traços psicológicos, é altamente plástica, portanto adaptável ao ambiente. Como consequência, tende a crescer com escolaridade e com os desafios cognitivos impostos pelo meio, como os que surgem na migração do campo para a cidade. Baseado no fato de que os níveis nacionais de QI são menores nos países com mortalidade infantil elevada e naqueles que os bebês nascem com baixo peso, Broder concluiu que saúde e nutrição podem afetar a inteligência.
Duas conclusões retiradas de vários estudos:
1) O QI de uma população é menor nos países em que as temperaturas permanecem mais altas durante o inverno. Tem certa lógica: frio e neve exigem maior criatividade para sobreviver.
2) Como regra, quanto mais distante da Etiópia estiver o país, mais alto o QI de seus habitantes. Tem a mesma lógica: quanto mais se afastou da terra natal, mais desafios adaptativos o homem foi obrigado a vencer.
Cristopher Epping e colaboradores escreveram um artigo na pestigiosa Proceedings of The Royal Society, propondo uma explicação unificadora. Segundo eles, as causas apresentadas estão por trás de uma variável bem mais relevante: as infecções parasitárias.
Do ponto de vista energético, o cérebro é o órgão do corpo humano que mais consome energia:87% no recém-nascido, 44% aos cinco anos; 34% aos dez; 23% nos homens e 27% nas mulheres adultas.
As infecções parasitárias interferem com o equilibrio energético:
- alguns microrganismos se alimentam de tecidos humanos que precisam ser reparados.
- outros vivem nos intestinos e prejudicam a absorção de nutrientes.
- para multiplicar-se, os vírus dependem da maquinaria de reprodução da célula, processo que exige energia.
- o hospedeiro infectado precisa investir energia para ativar o sistema imunológico; por longos períodos, nas infecções crônicas.
Quadros diarréicos de repetição durante os primeiros cinco anos de vida podem privar o cérebro das calorias necessárias para o desenvolvimento pleno e comprometer a inteligência para sempre.
Um trabalho realizado no Brasil pelo grupo de Jardim-Botelho, mostrou que crianças escolares com ascaridiase apresentam performance mais mediocre nos testes de capacidade cognitiva. E, mais, naquelas parasitadas por mais de um verme intestinal os resultados são piores ainda.
A hipótese de que infecções parasitárias prejudicam o desenvolvimento da inteligência explica porque a média do QI aumenta rapidamente quando um país se desenvolve, porque o QI é mais alto nas regiões em que o inverno é mais frio (menos parasitoses) e porque nos países pobres os valores médios do QI são mais baixos. No Brasil, existem 38 milhões de residências sem esgoto. Geração de vagas em julho teve a maior elevação da história. Emprego na indústria e renda do trabalhador seguem em alta segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatistica).
Liderança é questão de testosterona, diz psiquiatra.Astúcia, falsidade, crueldade. Essas são "capacidades" determinadas biologicamente e que prevalecem nos líderes - seja no esporte, na política ou na economia. É o que propõe Adolf Tobeña em "Celebro e Poder". A testosterona é "o núcleo do poder", destaca, em nota de rodapé, que ela também é produzida nas mulheres. Os hormônios e a atividade cerebral são apontadas como causa dos padrões de comportamento. Para Tobeña, um dos caminhos que a neurociência ainda tem a percorrer é a pesquisa sistemática do carisma, atributo crucial, do lider.
O poder nos deixa insensíveis?
"Não há estado mental que não tenha por trás uma configuração do cérebro", diz Eduardo Giannetti, economista, filósofo e professor do Insper - Instituto de Ensino e Pesquisa. Escreveu o livro "A Ilusão da Alma".
Testosterona é um hormônio que determina um estado de ânimo eufórico.
A liberação desse hormônio determina um bom desempenho.
Descobriu-se que existe uma enzima cuja deficiência na produção se relaciona à propensão à violência.
Será que individuos com determinas características devem ser monitorados?
Oxitocina, um hormônio ligado à confiança que temos uns nos outros. Um teste envolvendo a divisão de dinheiro revelou que, depois da instalação da substância, o grau de propensão à generosidade (dividir a quantia de forma mais igualitária) aumentava 80%. Imputar culpa moral é algo que, provavelmente, vai ter que ser revisto?
Você observou nas fotos que as árvores desapareceram?
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